A Universidade Federal do Pampa (Unipampa) foi escolhida pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), por meio da Superintendência Regional do Rio Grande do Sul, para coordenar o projeto 'Rede de Bioinsumos para Agricultura Familiar Camponesa no RS: Promoção de Soberania Alimentar e Sustentabilidade', que visa fortalecer a produção sustentável e a autonomia alimentar no estado.

A iniciativa foi oficializada durante dois importantes momentos: a Expointer 2025, no Rio Grande do Sul, e o evento Coopera Mais Brasil, em Brasília (DF), ocasião em que o professor do Campus Itaqui, Vinícius Piccin Dalbianco, representou a Unipampa na assinatura da portaria ministerial que cria a Rede Nacional de Bioinsumos para a Agricultura Familiar Camponesa.

Com esse ato, a Unipampa passa a integrar a rede nacional e será responsável pela coordenação da Rede Estadual de Bioinsumos no RS, que reunirá mais de 350 agricultores familiares camponeses. A atuação direta abrangerá cerca de 2.000 hectares dedicados à produção de alimentos saudáveis, reforçando o compromisso da Universidade com o desenvolvimento sustentável e a transformação social.

O projeto terá abrangência em sete territórios, contemplando os municípios de Candiota, Canguçu, Hulha Negra, Pontão, Santa Cruz do Sul, Seberi e Viamão. A iniciativa reunirá a participação de sete organizações e quatro movimentos sociais, entre eles o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), o Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), a Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar (Fetraf) e duas Escolas Famílias Agrícolas (EFA), fortalecendo a integração entre diferentes atores sociais.

O público-alvo inclui cerca de 300 famílias agricultoras, além de 40 estudantes e três entidades da sociedade civil, que atuarão de forma direta nas ações. A área de atuação prevê inicialmente o atendimento a 1.400 hectares, podendo chegar a 2.000 hectares de produção agroecológica.

Para dar suporte às atividades, será realizada a implantação de biofábricas para a reprodução de microrganismos em cada território, garantindo autonomia produtiva e sustentabilidade ao processo. A equipe executora será composta por 17 docentes e técnicos da Unipampa e três estudantes voluntários, reunindo conhecimento científico e prática de extensão.

O início das atividades está previsto para outubro de 2025, consolidando uma ação de grande impacto social, ambiental e educacional no fortalecimento da agricultura familiar camponesa no Rio Grande do Sul, de acordo com os participantes do projeto. O projeto tem como propósito incentivar a adoção de bioinsumos como alternativa sustentável aos insumos químicos convencionais, estimulando a produção agroecológica, o respeito ao meio ambiente e a soberania alimentar das comunidades do campo.

A iniciativa está organizada em diferentes eixos estratégicos, que envolvem o diagnóstico socioeconômico e ambiental das regiões atendidas, a capacitação de agricultores para a produção e o uso de bioinsumos, a implantação de biofábricas piloto, a elaboração de materiais técnicos e de divulgação científica e a realização de análises laboratoriais de solo, água e bioinsumos.

De acordo com o coordenador institucional do projeto, o professor do Campus Itaqui, Vinícius Dalbianco, a proposta representa a integração entre ciência e saberes tradicionais: “Estamos construindo uma ação que vai muito além da produção de bioinsumos. Trata-se de uma rede que fortalece a agricultura familiar, valoriza os conhecimentos ancestrais e projeta a Unipampa em nível nacional como parceira estratégica para o desenvolvimento social.”

A iniciativa faz parte da estratégia nacional do MDA e dialoga diretamente com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU), em especial o ODS 2 Fome Zero e Agricultura Sustentável e o ODS 13 Ação contra a Mudança Climática.

A ação conta também com a articulação da Superintendência do MDA no Rio Grande do Sul (RS), sob coordenação de Milton Bernardes, e com o apoio da Secretaria de Abastecimento, Cooperativismo e Soberania Alimentar (SEAB/MDA), representada pela secretária Ana Terra Reis e sua equipe.