Unipampa coordena projeto de Centro de Inteligência Climática contemplado com R$ 5 milhões do Fundo do Plano Rio Grande
O projeto do Centro de Inteligência Climática (CIC) foi contemplado com financiamento de R$ 5 milhões, do Fundo do Plano Rio Grande (Funrigs), no eixo Governança. A decisão foi tomada em reunião do Comitê Gestor do Funrigs, realizada no dia 26 de agosto, e publicada por meio da Resolução nº 24/2025, na edição de 4 de setembro do Diário Oficial do Rio Grande do Sul. O projeto foi elaborado por um grupo de trabalho coordenado pela Universidade Federal do Pampa (Unipampa), com participação da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e da Universidade Tecnológica do Uruguai (UTEC).
O CIC será implantado no Parque Tecnológico Binacional de Santana do Livramento (Pates) e tem como objetivo promover a segurança climática, a antecipação de riscos, o planejamento territorial resiliente e o fortalecimento de políticas públicas climáticas sustentáveis, integrando ciência e inovação, com foco inicial na cooperação binacional (Brasil/Uruguai) e internacional.
Conforme o professor Rafael Vitoria Schmidt, do Campus Santana do Livramento, coordenador institucional do projeto do CIC e do Pates, a partir da publicação da resolução, a expectativa é de que, nas próximas semanas, a Secretaria de Inovação, Ciência e Tecnologia do Estado convide a equipe da Unipampa e do grupo de trabalho do projeto para uma reunião, onde serão definidos detalhes sobre a sua implementação. De acordo com Schmidt, “a primeira fase de implementação do CIC, que será viabilizada com este financiamento do Funrigs, consiste na compra de equipamentos, como a montagem de um videowall, instalação de sensores de monitoramento climático e a aquisição de um supercomputador para a meteorologia”.
Embora o projeto do CIC preveja sua instalação junto ao Pates, Schmidt explica que sua implantação pode ocorrer de forma mais ágil, por meio da compra e instalação dos equipamentos, enquanto as obras do Pates deverão ter um prazo maior. “O início da atuação do Centro de Inteligência Climática deverá acontecer em uma sede provisória a partir de 2026, até que as obras do Pates sejam concluídas”, afirma Schmidt.
O diretor do Campus Santana do Livramento, Alexandre Vicentine Xavier, diz que as expectativas em relação a essa etapa do CIC são bastante otimistas. “Primeiramente, espero que o projeto não apenas implemente tecnologias inovadoras de monitoramento climático, mas também que promova a educação e conscientização da população sobre a importância da resiliência e da adaptação às mudanças climáticas. É crucial que a comunidade esteja engajada e informada, pois a participação ativa da sociedade civil será essencial para o sucesso do projeto”, enfatiza.
Para o reitor da Unipampa, Edward Pessano, o projeto do Centro de Inteligência Climática é de grande relevância institucional e social. “O Centro vai subsidiar o fornecimento de dados sobre mudanças climáticas não só para o nosso Estado, mas também para o Sul do Brasil e Uruguai, a partir dos dados coletados, que serão produzidos e analisados”. Pessano ressalta: “mais do que um projeto, essa iniciativa representa a oportunidade de transformar conhecimento em ações efetivas, reforçando o papel da Unipampa na contribuição de soluções inovadoras e sustentáveis para os desafios climáticos atuais”.
Centro de Inteligência Climática: funcionamento e abrangência territorial
O professor Rafael Schmidt destaca que, em sua fase inicial, o Centro de Inteligência Climática terá como foco o monitoramento de eventos meteorológicos extremos, como secas, chuvas intensas e quedas de granizo. O objetivo é reduzir os impactos desses fenômenos tanto em setores econômicos quanto na prestação de serviços públicos.
A rede de observação do CIC será descentralizada e contemplará pontos das regiões da Campanha, Fronteira Oeste do Rio Grande do Sul e diferentes pontos do Uruguai, como a região da capital. Dessa forma, será possível realizar o mapeamento dos efeitos desses eventos em áreas como parques eólicos, vinhedos, olivais e criações de bovinos leiteiros e ovinos das áreas de abrangência, conforme mapa abaixo.
Parcerias institucionais e gestão do CIC
Da mesma forma como ocorre com o projeto do Pates, o Centro de Inteligência Climática terá sua implementação realizada pela Unipampa. No entanto, Schmidt ressalta que: “as instituições parceiras - por meio de acordo de cooperação a ser estabelecido - UFSM e UTEC serão fundamentais para ampliar o alcance das atividades de monitoramento do clima e, também, para a produção científica e transferência de tecnologias para governos, empresas e sociedade”. Segundo o docente, a partir dessa primeira fase de implantação, a meta é ampliar continuamente o número de parceiros institucionais, empresariais e a abrangência territorial do projeto.
Esses dois projetos visam melhorar a qualidade de vida da comunidade nas quais a Unipampa está inserida e as parcerias entre as instituições brasileiras e uruguaias são fundamentais para a expansão dessas iniciativas, possibilitando que mais pessoas, em diferentes regiões, sejam beneficiadas. Para o diretor do Campus Santana do Livramento, Alexandre Vicentine Xavier, “iniciativas como o Pates e o mais recente Centro de Inteligência Climática são evidências concretas de como a educação e a pesquisa podem se unir para enfrentar desafios regionais”.
O dirigente do campus explica que essas parcerias foram construídas através de um diálogo contínuo entre a instituição e as comunidades locais, além de colaborações com entidades governamentais e não governamentais. “O envolvimento de diferentes setores da sociedade foi essencial para identificar as necessidades específicas da região, permitindo a criação de projetos que vão ao encontro dessas demandas”, afirma.
Xavier também enfatiza que: “a importância desse trabalho conjunto é imensa. Para a instituição, essas parcerias não apenas ampliam o repertório de conhecimento e práticas, mas também fortalecem sua posição como referência na formação de profissionais qualificados e na geração de soluções inovadoras. Para a população da fronteira, os benefícios são diretos e palpáveis. Projetos como o Centro de Inteligência Climática promovem a conscientização sobre questões ambientais, facilitando o acesso a informações que podem melhorar a resiliência comunitária frente às mudanças climáticas”.
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