Descoberta de pterossauro gigante no Oriente Médio tem participação de pesquisador da Unipampa
O paleontólogo Felipe Pinheiro, professor e pesquisador da Universidade Federal do Pampa (Unipampa), integra o grupo internacional responsável por identificar o fóssil de um pterossauro de proporções colossais, considerado o segundo maior já encontrado no mundo. A descoberta, feita a partir de um osso do braço do animal, surpreendeu os cientistas pelo tamanho e pela raridade do exemplar, que ajuda a preencher lacunas importantes na história evolutiva dos grandes répteis do período Cretáceo.
O achado envolve pesquisadores da Síria, Líbano, França, Espanha e Brasil, e representa um marco para o estudo dos registros fósseis do Oriente Médio, uma região ainda pouco explorada pela paleontologia devido às condições geográficas e políticas. A equipe vem desenvolvendo um amplo programa de pesquisa para compreender melhor os ecossistemas e a diversidade de vertebrados que habitaram essa área há cerca de 70 milhões de anos.
De acordo com Felipe Pinheiro, sua contribuição foi para analisar a questão anatômica e descritiva. “Contribuí mais na parte anatômica e descritiva, porque sou especialista nesse grupo em particular”, explica o pesquisador. “Minha colega, uma pesquisadora síria, começou a suspeitar que aquele fóssil pertencia a um grupo de dinossauros saurópodes e me procurou. Assim que vi o material, reconheci de imediato as características anatômicas do grupo. ”
Segundo o professor, o impacto inicial da descoberta veio com o tamanho impressionante do fóssil. “Quando vi aquele osso, fiquei extremamente surpreso. Era a primeira vez que eu trabalhava com um animal desse porte — são exemplares muito raros”, relata. “Fizemos a estimativa de tamanho com base em outros animais já descritos e percebemos que provavelmente este é o segundo maior pterossauro já identificado, ficando atrás apenas de um espécime encontrado nos Estados Unidos.”
O estudo integra o projeto internacional “Recuperando o tempo perdido na Síria”, coordenado por Wafa Adel Alhalabi, paleontóloga sírio-brasileira e primeira autora do artigo, vinculada à Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP) da USP. O grupo busca não apenas descrever novos fósseis, mas também resgatar e valorizar o patrimônio paleontológico sírio, muitas vezes esquecido em meio a décadas de instabilidade regional.
“Esse grupo, com pesquisadores da Síria, do Líbano, da França, da Espanha e do Brasil, está começando a investigar um registro fóssil extremamente raro. Há muito a ser estudado, e com a participação de diferentes laboratórios, temos uma perspectiva de futuro muito produtiva”, destaca Pinheiro.
Além do impacto científico, o paleontólogo da Unipampa ressalta a importância das colaborações internacionais. “Essas parcerias acabam sendo fomentadas em casos como esse. Às vezes, um especialista de outro grupo é chamado para contribuir, e isso mantém boas relações com vários centros de pesquisa, tanto no Brasil quanto no exterior. As colaborações vão surgindo naturalmente”, completa.
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