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Data de Publicação 15/10/2025 - 17:17 Atualizado em 15/10/2025 - 17:17 168 visualizações

Projeto de extensão da Unipampa realiza exibições audiovisuais, oficinas e rodas de conversa em parceria com entidades negras de Jaguarão

“Ver e ser visto: narrativas do território” inicia sessões de cinema nesta quarta-feira, 15
Por Sofia Viero Sorgetzt

O projeto de extensão “Ver e Ser Visto: narrativas do território”, da Universidade Federal do Pampa (Unipampa), une cinema, memória e território, como ferramenta de expressão, identidade e pertencimento na fronteira sul. Fruto de uma criação conjunta da Universidade com coletivos negros, contemplado em edital interno da instituição com recursos do Programa de Fomento às Atividades Culturais e Criativas (PROACC), o projeto conta ainda com parceria do Festival de Cinema de Jaguarão e da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e realizará sete oficinas, quatro exibições audiovisuais e debates, além de uma mostra final com resultados das ações.

“Ver e Ser Visto: narrativas do território” colocará em evidência as relações que se estabelecem na fronteira sul com o audiovisual. Os cine debates colocarão em cena produções de jaguarenses contempladas com recursos da Lei Paulo Gustavo. Nos encontros, serão divulgadas produções audiovisuais que retratam a vida e a cultura do território. A curadoria dos vídeos contou com a participação ativa dos coletivos parceiros da ação. 

As sessões de cinema já confirmadas iniciam nesta quarta-feira, 15, às 19h, no Ilê Axé Mãe Nice D’ Xangô, onde serão apresentados dois filmes do diretor jaguarense Leandro Tavares: Festa de São Jorge de Jaguarão e Roda de Samba Chega Mais: Making Of. Os curtas retratam a força das tradições afro-jaguarenses e a celebração como ato de resistência. Além da exibição dos filmes, ocorrerá o Cinedebate “Narrativas de Festas na Fronteira”, com o diretor Leandro Tavares, a estudante Ana Júlia Fontes (PIBID/Unipampa) trará reflexões sobre o processo de patrimonialização da Festa de São Jorge e o professor Rafael Silva (Unipampa), pesquisador das manifestações culturais negras e do carnaval, amplia o debate sobre território, identidade e expressões do pós-abolição. As sessões seguintes estão marcadas para o dia 22, às 19h, no Clube 24 de Agosto, e, no dia 23, às 15h30 na Confraria Afro /Coletivo Rosas Negras.

Santiago Passos, bolsista do projeto, afirma que um dos objetivos é “fomentar a  circulação de produções audiovisuais e contribuir para o intercâmbio dos produtores com o público”. Para ele, as exibições de produtos audiovisuais seguidas de debates com seus realizadores irão aproximar a comunidade da linguagem cinematográfica e contribuir para o consumo cultural das produções locais.

A coordenadora do projeto, professora Gleise Oliveira, do Campus Jaguarão, explica que as narrativas audiovisuais comunitárias representam uma poderosa forma de expressão cultural que emerge diretamente das vivências e experiências de grupos sociais, territórios e comunidades. Para ela, “diferentemente das produções audiovisuais comerciais ou institucionais, essas narrativas comunitárias nascem da necessidade de dar voz a histórias, memórias e realidades muitas vezes invisibilizadas”.

Com objetivo de fomentar a linguagem audiovisual e em articulação com os coletivos negros da cidade de Jaguarão, o projeto também realizará atividades formativas e ciclos de exibição e debate das produções audiovisuais buscando fortalecer a triade: cinema, memória e território. As ações terão duas chaves de realização: ver e ser visto. Com isso, espera-se tangenciar diferentes segmentos da produção audiovisual. Desde a concepção e produção dos vídeos até a sua fruição e debate.

Serão realizadas oficinas de experimentação audiovisual para estudantes da rede pública de ensino com objetivo de proporcionar conhecimento teórico acerca da produção audiovisual, além de atividades práticas que resultarão em uma produção “local para os locais”. As oficinas serão sobre os temas introdução à linguagem audiovisual e desenvolvimento de personagem; introdução aos conceitos básicos da escrita de roteiro; captação de imagens e edição de vídeos. Durante as atividades, desenvolvidas em parceria com estudantes do curso de Bacharelado em Produção e Política Cultural (PPC) da Unipampa, do Curso de Cinema da Universidade Federal de Pelotas (UFPEL) e o Festival de Cinema de Jaguarão, os smartphones serão a ferramenta principal para a captação de imagens. No final dessas atividades formativas, espera-se que sejam produzidos vídeos-documentários com lideranças e populares da cidade, numa metodologia que envolverá o diálogo com as diversas histórias que podem ser contadas por sujeitos pertencentes ao território.

Jaguarão será cenário para produção argentina

Com início das filmagens previsto para o fim de outubro, o longa-metragem “Glaxo”, terá cenas filmadas em diversos pontos da cidade, contemplando tanto a zona rural quanto áreas históricas e urbanas de Jaguarão, que servirão de locação para a trama ambientada na década de 1950 e 1980.

Entre os dias 12 e 15 de novembro, Jaguarão receberá o 1° Festival de Cinema de Jaguarão, que tem como objetivo levar ao público diferentes produções, além de fortalecer o cenário cinematográfico local, regional e latino-americano.

Ao promover exibições e debates, o projeto “Ver e Ser Visto: narrativas do território” busca refletir sobre o atual momento do audiovisual nacional e avalia a importância das ações como um aprendizado para usufruir desses eventos que irão movimentar a cena cultural, o turismo e a economia da fronteira.

Mais informações e programação completa estão sendo disponibilizadas pelo instagram @narrativasdoterritoriopampa.