O Comitê de Gênero e Sexualidade (CIGS) e o Programa de Pós-Graduação em Ensino (PPGE) do Campus Bagé da Universidade Federal do Pampa (Unipampa) realizaram, na tarde de 27 de agosto, uma roda de conversa online alusiva ao Agosto Lilás, mês de enfrentamento à violência contra a mulher. O evento foi mediado pela psicóloga da Pró-reitoria de Desenvolvimento e Assistência Estudantil, (Prodae), Giordana Rodrigues Chaves.

O encontro foi dividida em dois momentos: uma palestra de Giordana seguida de uma atividade de diálogo entre os participantes, falando sobre as suas vivências relacionadas à temática e compartilhando experiências na realização de ações de enfrentamento à violência contra as mulheres, especialmente no contexto universitário. A roda de conversa contou com a participantes de todos os campi da Unipampa e reitoria, entre docentes, técnicos-administrativos em educação (TAEs), discentes de graduação e de pós-graduação, além de membros da comunidade externa.

A potência do compartilhamento de experiências vivenciado na roda de conversa foi um ponto destacado por Giordana. Uma das reflexões provocadas foi como a Unipampa poderia contribuir para o enfrentamento à violência contra as mulheres, sobre o qual uma das participantes respondeu: "A Unipampa pode contribuir para o enfrentamento à violência contra as mulheres ao integrar esse tema em suas práticas de ensino, pesquisa e extensão. A universidade tem o papel de promover debates, palestras e campanhas educativas que conscientizem a comunidade acadêmica e local sobre a importância do respeito, da igualdade de gênero e da prevenção à violência. Além disso, pode fortalecer grupos de pesquisa e projetos de extensão que discutam gênero, direitos humanos e políticas públicas, ampliando o conhecimento e a formação crítica dos estudantes".

Giordana relembra que o enfrentamento à violência contra a mulher  é um tema de grande relevância para toda a sociedade, que tem se tornado urgente devido ao aumento nos casos registrados de agressões contra mulheres no Brasil, tornando necessário ampla divulgação e diálogo sobre o tema, como forma de aumentar a conscientização social da população e colaborar com a prevenção da violência. “Esta é uma problemática que perpassa toda a comunidade, seja interna ou externa. A universidade deve cumprir com seu papel social e contribuir para a resolução dos problemas enfrentados pela sociedade, inclusive pensar estratégias de enfrentamento da violência contra as mulheres”, conclui

Agosto Lilás: campanha é realizada anualmente no mês de criação da Lei Maria da Penha

Há 19 anos, no dia 7 de agosto de 2006, as mulheres brasileiras passaram a contar com a Lei nº 11.340/2006, conhecida como Lei Maria da Penha em referência a Maria da Penha Maia Fernandes, farmacêutica cearense sobrevivente de tentativas de feminicídio por seu ex-marido que a deixaram paraplégica. A luta de Maria da Penha por justiça chegou a cortes internacionais, levando à criação de uma lei específica para combater e punir a violência baseada no gênero, instrumento até então inexistente no Brasil. Hoje, a Lei Maria da Penha é reconhecida internacionalmente como uma das legislações mais avançadas no enfrentamento à violência contra as mulheres. A norma estabelece medidas protetivas e instrumentos legais para garantir a segurança e a dignidade das vítimas. 

Alusiva à criação da Lei Maria da Penha, a campanha Agosto Lilás é um marco anual de conscientização e enfrentamento à violência contra as mulheres, tendo como foco informar, proteger e convocar a sociedade à responsabilidade coletiva, com especial atenção às mulheres em situação de violência. 

O Ligue 180 é o canal oficial do Governo Federal para denúncias de violência contra a mulher no Brasil. Gratuito, sigiloso e disponível 24 horas por dia, o serviço realiza acolhimento, orientação e encaminhamentos necessários para garantir a proteção das vítimas. Também pode ser acionado por WhatsApp pelo número (61) 9610-0180.

Saiba mais sobre o Agosto Lilás 2025 e a trajetória que levou à criação da Lei Maria da Penha.