Nos meses de setembro e outubro, dez municípios gaúchos celebram a expansão e a interiorização do ensino superior. Há 18 anos, mesmo antes da criação por meio da Lei nº 11.640, de 11 de janeiro de 2008, a Universidade Federal do Pampa (Unipampa) iniciava suas atividades. Em 18 de setembro de 2006, os campi Bagé, Caçapava do Sul, Dom Pedrito, Jaguarão e Santana do Livramento, até então vinculados à Universidade Federal de Pelotas (UFPel), começavam suas aulas. Quase um mês depois, em 16 de outubro, foi a vez dos campi Alegrete, Itaqui, São Borja, São Gabriel e Uruguaiana, vinculados à Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), iniciarem suas atividades.

Foi também em 2006 que entrou em pauta no Congresso Nacional o Projeto de Lei nº 7.204, que propunha a criação da Unipampa. Em 16 de março de 2007, foi criada a Comissão de Implantação da Unipampa, da qual a atual vice-reitora, Francéli Brizolla, fez parte. Entre as atribuições da Comissão estavam o planejamento da estrutura e funcionamento unificados; desenvolvimento profissional de docentes e de técnico-administrativos em educação; estudos para o projeto acadêmico; fóruns curriculares por áreas de conhecimento; reuniões e audiências públicas com dirigentes municipais, estaduais e federais, bem como com lideranças comunitárias e regionais, sobre o projeto de desenvolvimento institucional da futura Unipampa.

Francéli relembra que a Unipampa representa mais que uma decisão política de expansão com interiorização da educação superior; a Unipampa era um sonho social coletivo da comunidade da região do Pampa. "A Comissão de Implantação sabia de sua responsabilidade técnica e política, contudo, tinha consciência, também, que estava frente a um projeto educacional que mudaria este território em muitos sentidos, o que hoje, na maioridade festejada da Universidade, revela-se a todas as pessoas", conta. Francéli afirma: "e aqui seguimos este ‘inédito-viável’, ainda mais compromissados com este projeto".

Nesse processo de constituição, que iniciou em 2006, até a criação oficial da Unipampa, em janeiro de 2008, a UFPel e a UFSM realizaram concursos públicos para docentes e técnico-administrativos em educação, além de desenvolverem e iniciarem a execução dos projetos dos prédios da nova Universidade. A Unipampa começou suas atividades ofertando 28 cursos de graduação nas diversas áreas do conhecimento, com 180 docentes, 167 técnico-administrativos em educação e 2.329 estudantes (cerca de 1500 matriculados no primeiro ingresso).

Ao longo destes 18 anos, a Unipampa cresceu: em oferta de cursos de graduação e de pós-graduação, em número de estudantes e de servidores, em assistência estudantil, em ações afirmativas, em número de prédios, em atuação e, principalmente, em número de vidas transformadas pela Educação. Hoje, são 78 cursos de graduação e variadas opções de pós-graduação: 15 especializações, 22 cursos de mestrado, 6 de doutorado, além dos mestrados e doutorados recentemente aprovados, que terão início em 2025. Seu quadro de servidores e o número de estudantes beneficiados com a educação superior pública e de qualidade também evoluiu: atualmente, a Unipampa conta 949 docentes, 873 técnico-administrativos em educação, 9.010 alunos de graduação e 1.056 estudantes de pós-graduação. E não para por aí: já são 16.284 alunos diplomados, sendo 12.867 nos cursos de graduação e 3.417 na pós-graduação.

A Tanane Caetano vivenciou e vivencia essa evolução. Egressa da primeira turma do curso de Licenciatura em Letras - Português/Inglês e Respectivas Literaturas (2006-2011), Tanane também é servidora na Instituição, desde 2014, e pôde acompanhar as transformações pelas quais a Instituição passou. Quando ingressou como estudante, as aulas ainda ocorriam em prédios alugados ou cedidos pela Prefeitura. Hoje, o Campus Bagé, do qual é egressa, possui uma estrutura de cinco blocos de prédios, diversos laboratórios, Planetário, Restaurante Universitário e continua em expansão.

De acordo com Tanane, “lembrar deste início é lembrar de uma promessa que foi  feita, e que vem sendo cumprida ao longo dos últimos 18 anos. Apesar dos inúmeros desafios, inerentes à qualquer universidade recém implantada/em implantação, a Unipampa já começou gigante, assumindo a missão de oferecer educação superior pública, gratuita e de qualidade em dez cidades do território pampeano. Reafirmando sua qualidade através do corpo docente e administrativo qualificado, tem formado cidadãos igualmente preparados, oportunizando sua atuação em diversas frentes de trabalho”.

Tanane destaca que foi a conclusão da sua graduação que oportunizou o seu ingresso no serviço público e no cargo que, atualmente, ocupa de secretária executiva. “Além de Instituição de Ensino, [a Unipampa] tem se proposto a produzir novos conhecimentos, técnicas e tecnologias através da pesquisa, chegando à sociedade por meio da extensão, por intermédio de programas, projetos e ações que atingem diariamente a população local, regional e nacional", afirma a servidora, que prossegue: “assim, consolida-se na região onde atua, para além da sua mera expansão física (que não é pouco, tendo em vista os inúmeros prédios inaugurados nos últimos anos), pois tem agregado diversos serviços em prol da população”. Ao término de seu relato, Tanane enfatiza: “por isso, e por outras tantas razões que não são possíveis de elencar com poucas palavras (e sentimentos), a Unipampa é o meu mundo. O mundo que desejo ver continuar crescendo e com o qual desejo contribuir”.

Quem também acompanhou de perto toda essa evolução da Unipampa foi o atual reitor, Edward Frederico Castro Pessano, que ingressou na Instituição como técnico em laboratório - Biologia, em 2006. Anos mais tarde, aprovado em concurso público, Edward tornou-se docente na Instituição, passando por diversas instâncias de gestão - atuou como coordenador acadêmico, como diretor do Campus Uruguaiana, como pró-reitor de Assuntos Estudantis e Comunitários, como pró-reitor de Gestão de Pessoas - até ser escolhido pela comunidade acadêmica e nomeado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva como o novo reitor da Unipampa, em dezembro de 2023.

Para Edward Pessano, a Unipampa representa uma virada de página na região. “Sua criação, em 2006, provocou várias alterações no desenvolvimento da região, desde a influência cultural nos municípios, em virtude da chegada de pessoas de todas as regiões do Brasil e, também, uma mudança na economia, fazendo com que as cidades tivessem grandes alterações no mercado imobiliário, de trabalho e na prestação de serviços, promovendo desenvolvimento social e econômico”, afirma. Conforme o gestor, “fazer parte desta história nos orgulha muito e fortalece o nosso desejo de contribuir ainda mais na transformação positiva da vida das pessoas!”. 

São 18 anos do início de uma história transformadora. A Unipampa, por meio de sua Gestão, celebra essa data e parabeniza todas as pessoas que contribuíram e contribuem para o fortalecimento e crescimento da Instituição, que oferece uma educação de qualidade de forma totalmente gratuita para a sociedade.

**Com dados do Projeto Institucional 2009 e do site Unipampa em números.