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Data de Publicação 25/07/2025 - 00:03 Atualizado em 25/07/2025 - 00:03 342 visualizações

Licenciatura em Educação do Campo inicia semestre de inverno com acolhida institucional

Por Franceli Couto Jorge

O curso de Licenciatura em Educação do Campo (Lecampo) da Universidade Federal do Pampa (Unipampa) realizou uma acolhida institucional no começo do mês de julho, no Campus Dom Pedrito. A solenidade, que reuniu acadêmicos, professores e gestores, marcou o início das atividades do semestre de inverno, referente ao Tempo Universidade. 

A cerimônia de abertura do semestre de inverno foi marcada por uma mística com o tema “Alimentação Saudável”, com reflexões das regionalizações sobre produção agroecológica, livre de agrotóxicos, baseada em sementes crioulas e organizada pela agricultura familiar. Um gesto de solidariedade marcou o momento: a doação de meia tonelada de alimentos orgânicos, provenientes da Reforma Agrária Popular, pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), cujas cestas estão sendo entregues aos estudantes durante o período, complementando sua alimentação.

Participaram da solenidade: a vice-reitora da Unipampa, Francéli Brizolla; a pró-reitora de Graduação (Prograd), Elena Billig Mello; a diretora do Campus Dom Pedrito, Nádia dos Santos Bucco; os coordenadores acadêmico e administrativo do Campus Dom Pedrito, respectivamente, Algacir José Rigon e João Carlos Prerniska Jarosezwski; a coordenadoria de Educação Inclusiva da Pró-Reitoria de Comunidades, Ações Afirmativas, Diversidade e Inclusão (Procadi), Rita de Cássia Angeieski da Silveira; e a chefe da Divisão de Gestão de Restaurantes Universitários da Pró-Reitoria de Desenvolvimento e Assistência Estudantil (Prodae), Geise Loreto Laus Viega.

As gestoras e gestores presentes destacaram o compromisso da universidade com o acolhimento dos povos do campo, das águas e das florestas, reforçando o papel das políticas de permanência estudantil e a valorização da diversidade. As coordenadoras do curso, professoras Carla Crivellaro, Annie Mehes Maldonado Brito e Andréia Nunes Sá Brito, também expressaram a alegria do reencontro e do compromisso coletivo na construção da Educação do Campo.

Durante a abertura, docentes também prestaram homenagens aos estudantes e às crianças que acompanham seus responsáveis, destacando a importância do Projeto Ciranda Infantil, que garante acolhimento e cuidado durante as aulas, favorecendo a aprendizagem de todos. O encontro foi encerrado com a leitura de uma poesia de Guimarães Rosa, recitada pela professora Annie Maldonado.

 

Sobre o curso Lecampo

A proposta pedagógica do curso é baseada na Alternância, ou seja, em tempos e espaços educativos distintos: Tempo Universidade e Tempo Comunidade. Dessa forma, a graduação busca promover uma formação integrada e conectada com a realidade dos povos do campo, das águas e das florestas.

O Tempo Universidade ocorre durante os meses de janeiro e fevereiro (verão) e julho (inverno), quando os estudantes vêm à Universidade para a realização de aulas concentradas, que ocorrem nos turnos da tarde e da noite. Nos demais meses do ano, acontece o Tempo Comunidade, período em que os docentes se deslocam até as comunidades de origem dos estudantes para realizar diversas atividades: estudos de campo, execução de projetos, orientações e ações pedagógicas vinculadas à realidade e à experiência vivida na Universidade.

Atualmente, o curso conta com oito regionalizações, todas localizadas no estado do Rio Grande do Sul: Dom Pedrito; Bagé; Sant’Ana do Livramento; Canguçu; Piratini; Estrela; Terra Indígena do Guarita (Tenente Portela, Redentora e Miraguaí) e Retomada Kaingang Penva (São Pedro das Missões).

Conforme a coordenadora do curso, professora Carla Crivellaro, a maioria dos estudantes — cerca de 70% — pertence aos povos indígenas das etnias Kaingang e Guarani, sendo os demais oriundos da classe trabalhadora, incluindo assentados da Reforma Agrária e agricultores familiares. A docente também explica que a permanência estudantil durante o Tempo Universidade é assegurada pela Moradia Estudantil e pelos programas de bolsas, como o PAPÍQ, PBP-MEC e os Planos Permanência, que apoiam especialmente indígenas e quilombolas, público predominante no curso.

Atualmente, o curso possui 125 estudantes matriculados e recebe recursos da SECADI/MEC (Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão), destinados às atividades do Tempo Comunidade, como deslocamentos, participação em eventos, produção de materiais, entre outros.

 

Com informações da professora Carla Crivellaro

    • Da esq. para a dir: Andreia Brito; Annie Brito; Carla Crivellaro; Elena Mello; Francéli Brizolla; Rita Silveira e Geise Veiga
      Da esquerda para a direita: professoras Andreia Brito, Annie Brito e Carla Crivellaro (Lecampo); Elena Mello (Prograd); vice-reitora, Francéli Brizolla; Rita Silveira (Procadi) e Geise Veiga (Prodae)