A Universidade Federal do Pampa (Unipampa) realizou, no último sábado, 15, a atividade de encerramento do curso "Pedagogia Surda: práticas pedagógicas e múltiplas para o ensino de surdos", uma iniciativa voltada à formação continuada de professores e profissionais da educação básica na perspectiva do ensino bilíngue. O evento aconteceu no Campus Bagé e contou com a presença da vice-reitora da Unipampa, Francéli Brizolla, e de servidores da Pró-Reitoria de Comunidades, Ações Afirmativas, Diversidade e Inclusão (Procadi), além de discentes e docentes.

O curso foi idealizado pelo grupo de professores de Língua Brasileira de Sinais (Libras) da Unipampa, com apoio da Procadi e da Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (Proec), em parceria com a Diretoria de Política de Educação Bilíngue de Surdos (DIPEBS), da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secadi) do Ministério da Educação (MEC). A capacitação, financiada pela Fundação Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE/MEC), foi ofertada pela Rede Nacional de Formação Continuada de Professores da Educação Básica (Renafor) e teve duração de seis meses, com turmas nos campi Bagé, São Borja, São Gabriel e Uruguaiana.

A vice-reitora da Unipampa, Francéli Brizolla, ressalta a importância da realização do curso, inédito na Unipampa, com destaque para o protagonismo das docentes surdas da Universidade, com captação de recursos via edital da Secadi, bem como, na coordenação do mesmo. “Destaco, também, o apoio da Procadi, a nova pró-reitoria dedicada à diversidade, acessibilidade e educação inclusiva, que foi fundamental no apoio administrativo às docentes no planejamento e execução da formação”, afirma Francéli.

Sobre o curso

O curso de aperfeiçoamento “Pedagogia Surda: práticas pedagógicas e múltiplas para o ensino de surdos" ofertou cem vagas, sendo 25 por polo. Das 91 matrículas realizadas, 56 pessoas estão concluindo a capacitação. Conforme a coordenadora geral, professora Keli Krause, a capacitação “é um trabalho coletivo e relevante no desenvolvimento inclusivo da nossa sociedade”. A docente destaca que o curso contribui diretamente na formação dos profissionais da educação que atuam direta ou indiretamente com alunos surdos da rede básica de ensino. “A falta de acessibilidade linguística e pedagógica ainda é um grande desafio nas escolas, e esse curso ajudará na redução de barreiras, promovendo uma aprendizagem mais equitativa e de qualidade”, destaca.

Keli prossegue: “A participação dos profissionais da educação básica nesse processo é essencial, pois são eles que atuam diretamente com os estudantes surdos no dia a dia escolar. Ao adquirir conhecimento sobre a Língua Brasileira de Sinais (Libras), metodologias bilíngues e práticas pedagógicas adequadas, os professores conseguem criar um ambiente de ensino mais inclusivo e eficiente. Isso fortalece não apenas o desenvolvimento escolar dos alunos surdos, mas também sua autoestima, seu autorrespeito, sua humanização e participação ativa na comunidade escolar”.

Além disso, a iniciativa de oferecer um curso específico de Pedagogia Surda valoriza a linguística e cultura da comunidade surda, respeitando sua identidade e garantindo que sua educação seja conduzida por profissionais preparados. “Portanto, a criação e expansão de polos do curso de Pedagogia Surda são fundamentais para estimular os profissionais da educação básica a se especializarem e melhorarem suas práticas pedagógicas, beneficiando diretamente os estudantes surdos e fortalecendo a educação bilíngue na região”, finaliza.

No próximo sábado, 22, haverá a confraternização de encerramento das atividades ofertadas pelo Campus São Borja.

Equipe coordenadora do curso:

• Coordenadora geral: Profa.Dra.Keli Krause;
• Supervisora geral: Tradutora-intérprete de Língua de Sinais Roberta Messa;
• Orientadora de Cursista: Profa. Mestra Marceli Paveglio Romeu; 
• Intérprete de Libras para coordenação: Ana Carolina Machado;
• Administrador Propladi: Nei Fontoura.

Texto com contribuições da professora Keli Krause