O curso Português Básico – Aspectos da Cultura Brasileira, voltado a estudantes palestinos, foi concluído no último dia 22 de julho. As atividades foram realizadas de forma remota, com dois encontros semanais na plataforma Google Meet. As aulas foram conduzidas por bolsistas do Programa Idiomas sem Fronteiras (IsF) da Universidade Federal do Pampa (Unipampa) e da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), com acompanhamento pedagógico de docentes das duas instituições. O conteúdo abordou estruturas básicas da língua portuguesa, além de temas relacionados à cultura, diversidade e organização social brasileira.

A formação, promovida em parceria entre a Rede Andifes IsF, o Grupo de Cooperação Internacional de Universidades Brasileiras (GCUB-Palestina), a UFPB, a Unipampa e a Universidade Federal do Paraná (UFPR), teve início em 27 de maio e totalizou 32 horas de aulas online.

Apesar das dificuldades técnicas e logísticas enfrentadas por alguns participantes, especialmente em razão do contexto de crise humanitária na Palestina, a experiência foi considerada positiva tanto pelos estudantes quanto pelos responsáveis pela iniciativa. “A ação marca um importante gesto de política linguística interinstitucional e internacional, mas o aspecto mais relevante foi o encontro intercultural e de acolhimento”, afirma a professora Clara Dornelles, chefe do Núcleo de Gestão de Idiomas da Unipampa.

O professor José Wellisten Abreu, da UFPB, também destacou o caráter humano do projeto. “Vimos a união com que aquele grupo se ajudou nas aulas e nas conversas pelo WhatsApp para aprender mais sobre o idioma e a cultura brasileira. Choramos juntos enquanto desenvolvíamos laços de afeto e compreensão mútua. Atrevo-me a dizer que todos os envolvidos foram transformados”.

A proposta pedagógica foi elaborada coletivamente por equipes da Unipampa e da UFPB, que contaram com apoio técnico nas áreas de tradução e educação a distância. “Foi necessário um empenho significativo para desenvolver um curso adequado à realidade de migrantes acadêmicos em situação de guerra e refúgio”, complementa Dornelles.

A participação das bolsistas Jullya Bezerra (UFPB) e Marina Ioriatti (Unipampa) como ministrantes das aulas também foi considerada um diferencial da iniciativa. Segundo Bezerra, estudante do curso de Letras da UFPB, “foi uma experiência que ultrapassou o ensino da língua. A troca cultural e a empatia foram fundamentais para construir vínculos que tocaram e alegraram profundamente a todos”.

Com o encerramento da turma, ainda não há previsão de continuidade do curso ou de abertura de novas edições.